sábado, 11 de abril de 2009

BORDALO PINHEIRO. OS TRABALHADORES AGRADECEM. OBRIGADO PORTUGAL.



Do alto da sua humildade, os trabalhadores das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro manifestam que a experiência ensina-nos que é preciso perdoar muito e não esquecer nada. Ao longo de cerca de 105 dias, vivemos, a pior experiência das nossas vidas, em termos profissionais.

Tudo começou a 17 de Dezembro de 2008, ou melhor, tudo se agravou, quando nos foi proposto, que suspendêssemos os contratos de trabalho. Ora, depois de um ano, em que já tínhamos recorrido ao Fundo de Garantia Salarial, para que pudéssemos receber dois meses de vencimento, quando existiam cerca de 6 mil horas de trabalho suplementar, no chamado banco de horas, sem nunca termos parado um único minuto, porque entendemos e acreditámos nas pessoas, esta atitude por parte da administração foi considerada pelos trabalhadores, abusiva.

Nunca os trabalhadores se deram como vencidos, o seu objectivo era e será sempre, a viabilidade da empresa, a continuidade laboral de uma empresa / instituição, de índole artística e cultural de Portugal, sendo naturalmente o seu ganha-pão.

Foi com elegância e determinação que os trabalhadores, apoiados nos apoios incondicionais de muitos dos seus ex-colegas que, desenvolveram esforços e sacrifícios, nunca deixaram que alguém mais “iluminado” turvasse as suas intenções. Levaram o nome da empresa e a sua causa até onde foi possível, sempre com respeito pelo próximo, parte integrante dos princípios que norteiam estes trabalhadores.

Entre reuniões plenárias dos trabalhadores e na Câmara Municipal, a Comissão de representantes, na qualidade de coordenadora de acções desenvolvidas, deu a cara e a voz, por todos, foi por diversas vezes confortada, em muitos gabinetes, inclusive governamentais, sinais evidentes de que, não só a postura educada como todos os trabalhadores se apresentavam, como a nossa visão dos factos, estavam correctos.

Foi um período repleto de trabalho, extra, em equipa, com um valiosíssimo contributo e potencial intelectual de algumas personalidades, com descrição e profissionalismo, alcançou-se um caminho que, se deseja seguro, embora não muito sólido nos tempos mais próximos, atentos e conscientes dessas dificuldades, os trabalhadores nunca deixarão de colocar em cada minuto a sua paixão pela empresa.

Os trabalhadores da Bordalo Pinheiro, jamais esquecerão, as manifestações de solidariedade que receberam, como por exemplo; Governo Civil de Leiria, Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Deputados na Assembleia da República, Concelhias de Partidos Políticos, CGTP, Federação Portuguesa de Cerâmica, União de Sindicatos de Leiria, Sindicato de Cerâmica da Região Centro, Artistas, população das Caldas a Rainha, comunicação social e muitos outros anónimos e entidades de Portugal, a todos, o nosso Muito Obrigado.

Gostaríamos de destacar a importância que o Senhor Ministro da Economia e Inovação, Dr. Manuel Pinho teve. Receber-nos no seu gabinete, prometermo-nos que o processo seria resolvido num prazo de dois meses, manifestar-nos a sua solidariedade e compreensão, para além de ter a amabilidade de nos contactar directamente e de vir á empresa apresentar a solução, estamos cientes que senão fosse a sua contribuição não teríamos este desfecho. Obrigado Senhor Ministro.

Com toda a certeza, dizemos, o dia 31 de Março, ficará eternamente na memória de ex e actuais trabalhadores, com emoção, podemos ver Sua Excelência o Primeiro-Ministro, na empresa, momento simbólico, mas acima de tudo um reconhecimento ao empenhamento dos trabalhadores, conforme fez questão de mencionar. Mais do que agradecer a sua vinda, o nosso sentido agradecimento pelas suas palavras.

A todos que contribuíram e nos encorajaram, muito sinceramente, não temos palavras para expressar a nossa gratidão, contribuímos todos para a grandeza histórica da empresa, cidade e do país.

Obrigado Portugal.



Os trabalhadores das Faianças Artísticas Bordalo Pinheiro

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