sábado, 29 de dezembro de 2012

2013, ANO NOVO, NOVAS LUTAS!



“O caminho do inferno está pavimentado de boas intenções”. Karl Marx.

 Sempre que o Ano Novo nos está a bater à porta, são chamados a botar palpites em todos os órgãos de manipulação social – jornais ditos de referência, rádios, televisões e outros megafones do grande capital – especialistas em esoterismo, adivinhos, magos, bruxos, videntes, feiticeiros, todos os profetas da nossa praça, com faculdades divinatórias de amplo leque, que vão dos cartomantes ao especialista em necromancia: os poderes supra normais conglomeram-se para predizerem o que trará dentro de si o bebé ano novo.
 Os meus vaticínios têm sido testados; nunca falhei! Então, porque razões me ignoram?
 Não me embrenho nas catacumbas do ocultismo, nem me ajoelho de mãos postas procurando respostas do além-mundo. Sou muito mais terra-a-terra: olho em meu redor, observo rostos e leio nas expressões os seus anseios, nos olhares sem expressão as inquietudes e no próprio andar o desânimo ou cansaço.

 Nunca falho! Reafirmo! Já sei: dizem que sou agoirento. Mesmo com semelhante epíteto não desisto e, agoirento ou não, sem me socorrer dos astros, porque nem tão-pouco astrólogo sou, afirmo com a maior das convicções que para o ano os ricos serão ainda mais ricos e, como consequência, os pobres serão cada vez mais e mais pobres. Se isto não for verdade que nunca mais possa escrever sequer uma letra!
 A corrupção continuará sem freio nos dentes. Ainda não roubaram tudo. Vamos assistir a mais desemprego, injustiça social e ainda muito mais canalhice governamental. É uma certeza irrefutável, não precisam de consultar os videntes.

 Não necessitamos de fazer apelo aos búzios para afirmar que iremos continuar a privatizar e depois dos aviões será a vez dos nossos sonhos. Não desesperem.

 Qualquer bola de cristal, mesmo da Marinha Grande, deixa-nos ver os portugueses a emigrar cada vez mais e eu, mesmo sem bola, antevejo mais compatriotas a saírem para tomarem o lugar dos que na década de sessenta também fugiram à fome.
O governo dará mãos livres ao patronato para despedir ainda mais para assim reduzir o número de desempregados. O crescimento económico será negativo, é um oximoro, crescer para trás, mas os malabaristas da linguagem têm destes truques. Entretanto não haverá crise para os Bancos e os Jet7 vão continuar a sugar os Jet/zero, mais conhecidos por Zé-povinho.
A nível internacional, assistiremos à continuação do genocídio na Palestina, ao massacre do povo sírio e ao esboroar do estado social onde quer que o imperialismo dite as suas regras.
 Os povos vão intensificar as lutas pelos seus direitos e as suas "democracias" irão intensificar a repressão.

 Se tudo isto não acontecer emigro para Marte ou qualquer outra parte.

A luta continua!

domingo, 23 de dezembro de 2012

NATAL É QUANDO UM HOMEM QUISER!


Tu que dormes a noite na calçada de relento
Numa cama de chuva com lençóis feitos de vento
Tu que tens o Natal da solidão, do sofrimento
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que dormes só no pesadelo do ciúme
Numa cama de raiva com lençóis feitos de lume
E sofres o Natal da solidão sem um queixume
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher
Tu que inventas ternura e brinquedos para dar
Tu que inventas bonecas e comboios de luar
E mentes ao teu filho por não os poderes comprar
És meu irmão amigo
És meu irmão
E tu que vês na montra a tua fome que eu não sei
Fatias de tristeza em cada alegre bolo-rei
Pões um sabor amargo em cada doce que eu comprei
És meu irmão amigo
És meu irmão
Natal é em Dezembro
Mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
É quando um homem quiser
Natal é quando nasce uma vida a amanhecer
Natal é sempre o fruto que há no ventre da Mulher

ARY DOS SANTOS


FELIZ NATAL E PRÓSPERO ANO DE 2013 A TODOS OS SEGUIDORES DESTE MEU BLOGUE.

Um Presidente que não conta.


É um tempo para pararmos um pouco, olharmos à nossa volta e reflectirmos sobre aquilo que fizemos, aquilo que deixámos de fazer, aquilo que não devíamos ter feito, aquilo que podíamos ter feito melhor", afirmou Cavaco Silva durante a sessão de apresentação de cumprimentos natalícios por parte do Governo.
Não é de crer que o homem que nunca se engana e raramente tem dúvidas tenha, por uma vez, resolvido anunciar uma introspecção. De alguém que continua a tentar fazer-nos de parvos e diz que as suas palavras sobre as suas pensões foram mal interpretadas quando todos as ouvimos claramente, não podemos esperar grandes actos de contrição.
Por estas e outras não faltou gente a interpretar aquela frase como um recado ao Governo e não como uma espécie de mea culpa. No fundo, uma troca de recados: o primeiro-ministro mandou um recado a Cavaco Silva quando falou - de forma ignorante e imprudente pondo em causa a solidariedade entre gerações, essencial ao equilíbrio da comunidade - sobre "pessoas" que não descontaram o suficiente para ter as reformas de que hoje desfrutam e o Presidente da República tratou de mandar outro recado incentivando Passos Coelho a reflectir. Digamos que estamos bem entregues quando, num momento como o que passamos, Presidente e primeiro-ministro se divertem a mandar recados um ao outro.
É provável que a santíssima trindade composta por Passos, Gaspar e Relvas, essa entidade una e indivisível, não tenha consciência do mal que está a fazer ao País e da catástrofe que está a semear. O Presidente da República também ainda não percebeu que está a ser conivente por acções ou omissões da dita trindade, e que os cidadãos entendem que ele é parte integrante da equipa que está a destruir a classe média, a condenar gente, sobretudo de meia-idade (que não mais vai conseguir arranjar emprego) à miséria e a fazer regredir social e economicamente o País muitas dezenas de anos.
Não, não foram apenas as suas infelicíssimas declarações sobre as suas pensões, não foi aquele inominável discurso em que ofendeu tudo e todos aquando da sua vitória eleitoral, não foi o episódio das escutas (que em qualquer país civilizado teria levado à demissão do Governo ou do Presidente da República) que faz com que Cavaco Silva seja o Presidente da República mais impopular da história da democracia. Não é em vão que sondagem após sondagem Cavaco Silva reúna mais opiniões desfavoráveis que Seguro, Paulo Portas ou até do duo dinâmico Martins/Semedo - só mesmo Passos Coelho é mais impopular que ele. Nada disto surpreende: além de o sentirem colaborar com o Governo, os portugueses não conseguem perceber a sua importância. Cavaco Silva conseguiu tornar o cargo de Presidente da República irrelevante.
PEDRO MARQUES LOPES -  DN

domingo, 2 de dezembro de 2012

Movimento 1º Dezembro inicia recolha de assinaturas para restauração do feriado.


Ontem foi  a última vez que se assinalou oficialmente o feriado de 01 de  Dezembro, na sequência da decisão do Governo de acabar com dois feriados  civis - os que se comemoram a 01 de Dezembro e 05 de Outubro (implantação  da República) -- e dois católicos - Assunção de Maria 15 de Agosto  e do  Corpo de Deus (60 dias após a Páscoa) a partir de 2013 "contrariar o risco  da deterioração económica".
Por discordar desta decisão, este movimento decidiu avançar com um projecto  de lei para restaurar o feriado de 01 de Dezembro.
Nos termos da lei são necessárias 35.000 assinaturas, mas "em homenagem  aos 40 conjurados de 1640, o Movimento 1. de Dezembro planeia reunir a  assinatura de 40.000 subscritores".
No projeto de lei, os subscritores defendem a importância deste feriado  afirmando que "evoca a última vez em que, estando sob domínio estrangeiro  e tendo perdido a independência nacional, Portugal a reconquistou pelas  armas, pondo fim ao domínio dos Filipes (1580-1640) e restaurando assim  a soberania nacional independente".
"O 1. de Dezembro é, nesses termos, o próprio Dia de Portugal por natureza  das coisas, o dia que, no calendário oficial, celebra o facto sem o qual  não existiríamos como Estado, Povo e Nação independentes", lê-se no projecto  de lei.
O Movimento 1. de Dezembro foi formalizado a 11 de Julho  através de  um protocolo com a Sociedade Histórica da Independência de Portugal (SHIP)  e é dirigido por uma comissão coordenadora.
A comissão representativa dos cidadãos subscritores é constituída por  José Ribeiro e Castro (deputado), general José Garcia Leandro, Jorge Miranda  (constitucionalista), Jorge Rangel (presidente do Instituto Internacional  de Macau), Manuel Braga da Cruz (reitor da Universidade Católica Portuguesa),  Margarida Gonçalves Neto (médica), Matilde Sousa Franco (museóloga), Pedro  Quartin Graça (jurista e político) e Ricardo Sá Fernandes (advogado).

Mariscadores da Lagoa de Óbidos contestam interdição da apanha de bivalves.


Cerca de 150 mariscadores da Lagoa de Óbidos contestaram a decisão das autoridades marítimas em impedir a apanha de bivalves entre Outubro e Abril, por causa da poluição. O instituto responsável pela introdução da medida considera que está em causa a saúde pública.
A lei, apesar de não proibir a apanha, obriga os mariscadores a venderem o marisco apenas a unidades industriais de depuração que não existem na região.
"Já estamos habituados a parar de vez em quando. Umas vezes devido às biotoxinas (algas que causam intoxicações) outras devido à poluição e por isso achamos que as medidas devem ser tomadas após cada análise e não com resultados anteriores a Julho", disse Alberto Jacinto, vice-presidente da Associação de Pescadores e Mariscadores Amigos da Lagoa de Óbidos.
O director do Instituto da Investigação das Pescas e do Mar (IPIMAR), Costa Monteiro, explicou que a medida resulta da aplicação de uma directiva comunitária que obriga que "as decisões sejam tomadas depois de analisado o comportamento das espécies ao longo de um ano". "Não é possível tomar uma decisão com base em análises pontuais, temos que avaliar o comportamento ao longo do ano para defesa da saúde pública", adiantou o responsável do instituto.
Em causa está o decreto-lei de 28 de Julho deste ano que decreta a obrigatoriedade de encaminhar todas as espécies apanhadas na Lagoa de Óbidos para transformação em unidade industrial, devido à poluição causada por anos de descargas de esgotos.
A inexistência de unidades industriais na região e o facto dos centros de transformação espanhóis, que dantes compravam o marisco da lagoa já terem deixado de se abastecer com os bivalves da lagoa, leva o presidente da junta da freguesia da Foz do Arelho a dizer que esta medida causa "problemas sociais".
"É fácil decretar que durante seis meses não se pode comercializar bivalves mas são 200 famílias que ficam privadas deste rendimento, que em muitos casos é um complemento aos baixos salários destes homens", afirmou o presidente da Junta de Freguesia da Foz do Arelho, Fernando Horta.
Apesar de já existirem estações de tratamento de águas residuais nos dois concelhos mais pertos da lagoa (Caldas da Rainha e Óbidos), os mariscadores falam em sedimentos que se acumularam no fundo da lagoa por décadas de descargas a céu aberto. "Sempre que chove ou que entra mais água do mar para o seu interior (lagoa comunica com o mar através de um canal) estes sedimentos são revolvidos e contaminam as espécies", disse Alberto Jacinto.
O Instituto da Água tem há anos previstas dragagens na lagoa de Óbidos, para retirar esses sedimentos, mas até agora nunca foram concretizadas.
A apanha de bivalves representa 90 por cento da actividade piscatória da lagoa de Óbidos.