quarta-feira, 25 de março de 2009

OBIDOS - Páscoa - Semana Santa.



A Semana Santa, um dos “cartazes” mais emblemáticos da Vila de Óbidos, e que este ano se realiza entre os dias 4 e 12 de Abril, é, sem dúvida, das cerimónias religiosas “mais impressionantes e cheias de realismo do género, realizadas na zona Oeste. Este evento atrai à vila muitas pessoas que participam pela devoção ou, simplesmente, pela curiosidade cultural e turística”

Óbidos integra, este ano, no programa de celebrações da Semana Santa a realização de uma Via-Sacra que juntará todos os grupos da paróquia do concelho de Óbidos.

Despertando estas celebrações o maior interesse por todos, o Município de Óbidos inclui um vasto programa cultural adequado ao período que se vive, onde se destaca o Concerto “As Últimas Sete Palavras de Cristo” de Hayden, interpretado pelo Quarteto Lacerda, no dia 7 de Abril, e “Missa in Tempori Bell” (Missa em Tempo de Guerra) de Haydn, interpretado pela Orquestra Filarmónica das Beiras e Coro Regina Coeli, no dia 11 de Abril, como celebração dos 200 anos da morte de Haydn.

Programa Cultural e Religioso

3 de Abril

18h00 – Inauguração da Exposição “Cruz 33” (Arte Contemporânea) de Nuno Bettencourt na Galeria da Casa do Pelourinho

21h00 – Concerto: “Bach e Haendel – o Barroco em Tempo de Paixão” por Luís Peças (Contra-tenor) e João Santos (órgão) na Igreja de São Pedro

4 de Abril

21h30 – Procissão da Mudança das Imagens

As imagens do Senhor Jesus dos Passos e Nossa Senhora das Dores são transportadas para novo local. Saída: Igreja da Misericórdia

5 de Abril

15h00 – Bênção e Procissão dos Ramos

Comemoração da entrada do Senhor em Jerusalém

Saída: Museu Paroquial de São João

15h30 – Missa de Ramos na Paixão do Senhor

“Hossana! Bendito o que vem em nome do Senhor, o Rei de Israel!”

Igreja de Santa Maria

17h00 – Procissão dos Passos

Jesus a Caminho do Calvário

Saída: Igreja de Santa Maria

6 de Abril

21h00 – Palestra: “Ciência e Religião: a História e a Actualidade de um Diálogo Permanente”, por Henrique Leitão (Universidade Nova de Lisboa) no Auditório Municipal da Casa da Música

7 de Abril

21h00 – Concerto: “As Últimas Sete Palavras de Cristo”, de Haydn

Celebração dos 200 anos da morte de Haydn pelo Quarteto Lacerda

Igreja de Santa Maria

8 de Abril

21h00 – Concerto Stabat Mater (Boccherini)

Quinteto Arabesco (Cordas), Soprano: Ana Leonor Pereira na Igreja de Santa Maria

9 de Abril

18h00 – Concerto: “Canções Sacras”

Canto (Armando Possante), Piano (Luísa da Gama Santos) na Igreja de Santa Maria

10 de Abril


10h00 – Ofício de Leituras e Laudes

Igreja de São Pedro

15h00 – Celebração da Paixão do Senhor

O sofrimento, a solidão e a angústia de Jesus perante a sua condenação à morte.

Igreja de São Pedro

17h30 – Via Sacra

Vila de Óbidos

21h30 – Procissão do Enterro do Senhor - À luz de archotes, percorre-se a Vila levando o Senhor até ao Sepulcro

Saída: Igreja da Misericórdia

11 de Abril

10h00 – Ofício de Leituras e Laudes

18h00 – Grande Concerto Coral Sinfónico: “Stabat Mater” (Pergolesi) “Missa in Tempori Belli” (Missa em Tempo de Guerra) (Haydn)

Orquestra Filarmonia das Beiras e Coro Regina Coeli

Santuário do Senhor Jesus da Pedra

22h00 – Vigília Pascal

Noite Pascal, Vigília da Vida

Igreja de São Pedro

12 de Abril

Missa da Ressurreição

A Igreja nasce e Vive do Anúncio de “Cristo Vivo”.

Igreja de São Pedro


segunda-feira, 23 de março de 2009

Mundial-2010: Portugal prepara Suécia em Amoreira-Óbidos.



A selecção portuguesa concentrou-se domingo em Amoreira-Óbidos, onde vai realizar a maior parte da preparação para o importante desafio de 28 de Março com a Suécia, no Porto, de apuramento para o Mundial-2010...

... Segunda-feira (11h00), terça (11h00) e quarta (10h00) os treinos vão decorrer à porta aberta na Praia d'El Rey.

Carlos Queiroz vai afinar detalhes tácticos quarta-feira (16h30) e quinta (11h00) em sessões à porta fechada: diariamente vai haver zona mista com jogadores a definir.

A comitiva parte para o Porto quinta-feira, às 16h30, estando a chegada prevista para três horas depois.

Sexta-feira, os atletas adaptam-se ao Estádio do Dragão, em treino fechado, às 11h00, seguindo-se a conferência de imprensa com o seleccionador e dois futebolistas.

Após o desafio de sábado (20h45), a equipa permanece concentrada e treina às 11h00 de segunda-feira no complexo do Pedroso, em Vila Nova de Gaia, partindo para a Suíça às 17h30, tendo em vista o desafio particular de 31 de Março com a África do Sul, em Lausana, às 20h45 locais (19h45 em Lisboa).

Na Suíça, a equipa das "quinas" realiza apenas um treino, às 11h00 locais (10h00 em Lisboa) do dia 30 de Março, no Estádio Olímpico de Lausana, palco do encontro.

A comitiva só regressa a Portugal no dia a seguir ao jogo, estando prevista a chegada às 11h30.

A Suécia chega a Portugal domingo, preparando o desafio do Dragão no campo do Estoril-Praia: a partida para o Porto apenas se verifica sexta-feira, sendo que o treino de adaptação ao Dragão se realiza às 18h00, duas horas e meia depois da conferência de imprensa de antevisão do jogo, no Hotel Sheraton.

Programa da selecção de Portugal:

- Domingo, 22 de Março:
Até 21:30 - Concentração dos jogadores que jogam sábado (Hotel Marriott).

- Segunda-feira, 23 de Março:
11:00 - Treino aberto (Praia d'El Rey).
Até 12:00 - Concentração dos restantes jogadores (Hotel Marriott). Contactos informais com Comunicação Social - Hotel Marriott.
17:00 - Treino (Hotel Marriott).

- Terça-feira, 24 de Março:
11:00 - Treino aberto (Praia d'El Rey).
13:15 - Zona Mista, restrita a jogadores a definir (Hotel Marriott).

- Quarta-feira, 25 de Março:
10:00 - Treino aberto (Praia d'El Rey).
15:45 - Zona Mista, restrita com jogadores a definir (Hotel Marriott).
16:30 - Treino fechado (Praia d'El Rey).

- Quinta-feira, 26 de Março:
11:00 - Treino fechado (Praia d'El Rey).
13:15 - Zona Mista, restrita com jogadores a definir (Hotel Marriott).
16:30 - Partida para o Porto.
19:30 - Chegada ao Porto.

- Sexta-feira, 27 de Março:
11:00 - Treino fechado (Estádio do Dragão). Após o treino, conferência de imprensa com Seleccionador nacional Carlos Queiroz e dois jogadores.

- Sábado, 28 de Março:
20:45 - PORTUGAL x SUÉCIA (Estádio do Dragão).

- Domingo, 29 de Março:
11:00 - Treino aberto (Estádio Jorge Sampaio, Pedroso, Vila Nova de Gaia).
17:30 - Partida para Suíça.
20:40 - Chegada à Suíça.

Segunda-feira, 30 de Março:
11:00 - Treino Estádio Olímpico de Lausana. Após o treino, conferência imprensa com Seleccionador Nacional e dois jogadores.

- Terça-feira, 31 de Março:
20:45 ÁFRICA DO SUL x PORTUGAL (Estádio Olímpico de Lausana).

- Quarta-feira, 01 de Abril:
10:00 - Partida para Portugal.
11:30 - Chegada a Portugal.


Nota: Horas locais. Na Suíça, menos uma hora em Portugal.

Expresso

domingo, 22 de março de 2009

A Amoreira e o futuro.



Com as obras de construção já a decorrer, os complexos escolares do Alvito (Gaeiras) e Furadouro (Amoreira) deverão estar concluídos no próximo Verão. A primeira pedra destes equipamentos escolares foi simbolicamente lançada no passado dia 18 de Janeiro, integrada nas comemorações do feriado municipal de Óbidos.

Os dois equipamentos irão custar cerca de sete milhões de euros e deverão estar concluídos antes do Verão, completando assim a oferta do complexo dos Arcos.

O presidente da Câmara, Telmo Faria, disse durante a cerimónia que estas obras são “uma das nossas grandes prioridades em termos de investimento, quer no orçamento para 2009, quer no que temos vindo a fazer nos últimos anos”.

A empreitada está a cargo da Sociedade de Construções José Coutinho, S.A., que também já tinha sido a que construiu o edifício dos Arcos.

O autarca disse que estes complexos são uma referência ao nível da arquitectura escolar. O responsável pelo projecto, Cláudio Sat, afirmou que estes dois novos equipamentos são uma “repetição das partes do complexo dos Arcos”, com os conceitos orientados para a concepção de uma escola “querida, valorizada, aberta à comunidade e útil”.

Ao imaginar estes complexos como novas centralidades no concelho, este arquitecto defendeu uma identidade comum de Escolas d’Óbidos, mas, simultaneamente, com diferenças que os reconheça como edifícios pensados especificamente para cada uma das localidades.

Cláudio Sat destacou também a sala do dentista, a existir em cada um dos complexos e colocada num sítio privilegiado, que deverá funcionar como uma “espécie de íman para a comunidade”.

O arquitecto defendeu ainda que para obter uma educação “diferente, aberta e participativa” os edifícios devem ser “coincidente, flexíveis, ter várias entradas e opções, em contacto directo com o espaço público e com menos gradeamentos”. É que, afirmou, o grande desafio consiste em “diminuir as barreiras e não em aumentá-las”.

quinta-feira, 19 de março de 2009

Taxista de Óbidos


Um taxista de Óbidos está há mais de treze meses à espera de receber a carta de condução, que foi para renovar, mas que ainda não lhe foi entregue. Como trabalha junto a uma unidade hoteleira de prestígio, o homem alega ter grandes prejuízos, por ter de recusar vários serviços para Espanha, uma vez que a guia de substituição não lhe permite conduzir fora do território nacional.
“Esta saga começou no dia 11 de Fevereiro de 2008. Dirigi-me ao Posto de Atendimento ao Cidadão de Óbidos para renovar a carta, entreguei a papelada toda e têm vindo a pôr carimbos sucessivos na guia de substituição conforme vão terminando os períodos de validade, entre 90 a 120 dias”, relatou Fernando Constantino, de 56 anos.
Antigo agente da Polícia Marítima, residente no Olho Marinho, reformou-se há cinco anos e passou a ser taxista, ocupando a praça de táxis do Hotel Marriot da Praia D’El Rey, unidade de cinco estrelas. “Para Espanha já tive vários serviços, porque trabalho no resort de um campo de golfe, há golfistas que vêm de Espanha para aqui, e devido à quantidade de bagagem que trazem, como o meu carro é grande, serve-lhes, mas tenho de recusar porque a guia provisória não me deixa conduzir no estrangeiro”, indicou.
De acordo com o Instituto da Mobilidade e dos Transportes Terrestres (IMTT), ex-Direcção-Geral de Viação, “a guia funciona como substituta da carta em território nacional e para poder circular em território extra-nacional o condutor terá de pedir ao Automóvel Clube de Portugal (ACP) uma carta internacional que terá a validade da guia”.
“Fico sem ganhar alguns milhares de euros e para obter o documento do ACP tenho de despender cerca de 45 euros e pode acontecer ter de pagar várias vezes até me chegar a carta renovada”, exclamou Fernando Constantino.
“Num país em que temos o Simplex, parece que não é para todos”, lamentou.
O IMTT de Leiria informou ter “falhado a impressão da carta”, assegurando que o assunto ia ser resolvido o mais rápido possível.
“Se entretanto a carta não aparecer vou pôr-me em frente à DGV de Leiria com um cartaz a protestar”, revelou Fernando Constantino.

95 mil cartas por entregar

O IMTT tem vindo a divulgar a actividade relacionada com a emissão das cartas de condução registada em cada semana, o número de pedidos e de emissões, bem como a totalidade de títulos em produção nas suas diferentes fases, anunciando que se tem registado uma “recuperação” desde Setembro de 2008, altura em que havia 181.652 cartas em produção, passando para 94.734 cartas, dados referentes a 8 de Março.
Segundo o IMTT, estão pendentes 7.890 cartas (aguardam informação ou documentos dos requerentes), em registo 7.628 (aguardam aprovação), registadas a aguardar 94.734 (para digitalização e associação das imagens da fotografia e assinatura dos requerentes), e em produção 60.562 (última fase, em que são enviadas por correio registado a cada titular).
De acordo com o IMTT, na primeira semana de Março foram requeridas 19.445 cartas, tendo sido expedidas 10.358.

Francisco Gomes
Jornal das Caldas

segunda-feira, 16 de março de 2009

35 Anos depois…Um golpe que serviu de ensaio ao 25 de Abril.



O golpe das Caldas, na madrugada de 16 de Março de 1974 e que era suposto juntar diferentes unidades militares espalhadas pelo País, acabou por se limitar ao Regimento de Infantaria 5 (RI5), nas Caldas da Rainha.

Embora ainda hoje persistam dúvidas (sobre as razões disso ter acontecido, é provável que as dificuldades de comunicação - agravadas pela prisão de cabecilhas do Movimento dos Capitães como o agora coronel Vasco Lourenço - tenham estado na origem dessa situação. Mas no RI5, onde coabitavam diferentes grupos de oficiais, não houve hesitações. O próprio comandante, recém-chegado à unidade, já tinha sido avisado que haveria barulho se os generais Costa Gomes e António de Spínola - heróis condecorados com a Ordem da Torre e Espada - fossem prejudicados.

"Nessa altura já estávamos juntos. Quem quer que desse a ordem de avançar, fosse puro [oriundo da Academia militar] ou espúrio [miliciano dos Quadros Permanentes], iríamos saltar", lembrou ontem ao DN o então capitão do RI5 Gonçalves Novo.

Com a preparação do golpe dos capitães em marcha e acelerado com a prisão de Vasco Lourenço e outros oficiais na Trafaria, seria o "beija-mão" dos oficiais generais das Forças Armadas a Marcelo Caetano e a demissão de Costa Gomes e Spínola a fazer sair a coluna militar do RI5 cerca das 02.00 daquele sábado.

"Foi despoletado antes do tempo, mas serviu como balão de ensaio" para o 25 de Abril, observou Vasco Lourenço. "Marchámos sozinhos", frisou Gonçalves Novo, "com a missão de tomar o aeroporto e a rotunda da Encarnação [também chamada do Relógio] e desencadear o golpe. Não era uma acção isolada" e até "houve outras movimentações", mas as outras unidades militares acabaram por ficar nos quartéis, referiu o coronel.

"Fomos parados a uns cinco quilómetros de Lisboa" por Manuel Monge - um dos principais spínolistas - e Casanova Ferreira. Estes oficiais, disse Vasco Lourenço, foram para as Caldas e contaram-se entre os 200 militares que acabaram depois presos.

Marcelo Caetano, nas vésperas de ser derrubado, falou sobre a "irreflexão dos oficiais que se lançaram na aventura" de se dirigir a Lisboa: "Irreflexão por não considerarem que, em tempo de guerra subversiva, toda a manifestação de indisciplina assume particular gravidade. Irreflexão por não terem em conta que há manobradores políticos, cá dentro e lá fora, prontos a explorar todos os episódios de que possam tirar partido para cavar dissenções internas e minar os alicerces do Estado e fazer beneficiar interesses do estrangeiro.”

MANUEL CARLOS FREIRE
Diário de Notícias

quinta-feira, 12 de março de 2009

Julgado de Paz começa a funcionar em Março em Óbidos


Óbidos irá ter a partir de Março um Julgado de Paz, que irá funcionar nas antigas instalações da delegação escolar, junto à entrada da vila.

Os Julgados de Paz são pequenos tribunais de proximidade que podem ser utilizados para solucionar problemas muito directamente relacionados com a vida das pessoas (conflitos de arrendamento, de condomínio, de demarcação de terrenos, etc) a custos reduzidos (cada parte paga, no máximo, 35€).

A Câmara cedeu as instalações, mobiliário e equipamento informático, num investimento de cerca de 75 mil euros. Cabem também a esta autarquia os recursos humanos ligados ao atendimento e apoio administrativo, assim como as despesas de manutenção desta estrutura.

O Ministério da Justiça suporta os encargos relativos à remuneração do Juiz de Paz e dos mediadores e promove a formação dos recursos humanos.
Será nomeado um Juiz de Paz que ficará afecto ao agrupamento de concelhos de Alcobaça, Caldas da Rainha, Óbidos e Nazaré.

Nos julgados de paz já deram entrada, entre 2002 e 2008, mais de 24.000 processos, sendo importante salientar que, não obstante o aumento do número de processos entrados todos os anos, têm mantido um bom tempo de resposta para os cidadãos que os utilizam, pois o tempo médio de resolução dos litígios é de apenas 2 a 3 meses.
Além disso, uma parte significativa dos processos termina por acordo (cerca de 50%). Quando as partes não chegam a acordo, os processos são decididos por sentença emitida pelo juiz de paz, de valor idêntico a uma sentença de um tribunal judicial.

sábado, 7 de março de 2009

No maior pomar de ginja do Oeste, as abelhas são aliadas


Vasco Gomes e a família nada sabiam sobre agricultura quando no final da década de 90 decidiram investir num pomar de ginja para suportar o negócio do licor MSR de Alcobaça. Para proteger a integridade da bebida, produzida há 80 anos segundo a fórmula original, era necessário garantir o fruto, da variedade típica do Oeste, a folha no pé.

Quando encontrou o terreno certo em Sobral da Lagoa, numa aldeia perto de Óbidos, Vasco Gomes passou a enfrentar outro problema: a falta de apoio técnico. Depois de bater à porta das universidades portuguesas, sem sucesso, recebeu a primeira resenha bibliográfica de um investigador norte-americano. Foi só quando a estação fruteira Vieira Natividade, de Alcobaça, aceitou um protocolo, que o projecto acelerou.

Hoje, aos 40 anos, Vasco Gomes dirige o maior pomar de ginja no Oeste – quatro hectares certificados em produção integrada. Obedecendo a tratamentos limitados, rega gota a gota, sem químicos de síntese, sem lavrar o solo entre as árvores. As abelhas são usadas na época da floração para aumentar a quantidade de frutos. Pessoal e maquinaria são angariados em regime de outsourcing.

“É um investimento de risco, um misto de hobby e ruína pessoal”, afirma o promotor, em tom de brincadeira. Recompensando o esforço, a ginja MSR de Alcobaça, detida pela empresa David Pinto & Companhia, da família Gomes, está nas prateleiras do El Corte Inglês desde 2007. Só a parte agrícola do projecto já absorveu quase 250 mil euros.

A colheita de 2008 vai incorporar 95 por cento de fruto próprio. E os objectivos começam a ser atingidos. “O primeiro era salvaguardar da extinção esta variedade de ginja”, refere Vasco Gomes. Depois, a necessidade de qualidade, num produto pensado para nichos, gama alta e, a prazo, para o mercado externo. Por fim, “com as exigências de rastreabilidade e segurança alimentar há necessidade de conhecimento do processo produtivo de forma a controlá-lo”, acrescenta o empresário. Dez anos depois, a paixão e o desafio pessoal mantêm-se, agora com um precioso know-how acumulado.

Região de Leiria

quinta-feira, 5 de março de 2009

Lagoa de Óbidos - Consenso aparente, mas ideias diferentes


Os presidentes de Câmara das Caldas da Rainha e de Óbidos deverão unir-se e enviar ao Governo um pedido para que se crie um instituto que tutele a Lagoa de Óbidos, em vez das dezenas de organismos que actualmente têm vindo a complicar qualquer acção naquele ecossistema.
Esta foi a ideia que saiu de um debate organizado pela Comissão Cívica de Protecção das Linhas de Água e Ambiente, que juntou à mesma mesa os autarcas das Caldas e de Óbidos, que tentaram dissipar algumas divergências que ficaram latentes durante a discussão do tema, na noite da passada sexta-feira, no auditório da Comunidade Intermunicipal do Oeste, nas Caldas da Rainha.
Os organizadores deste debate convidaram também representantes do Governo Civil e do INAG, queestiveram ausentes. Quem marcou presença foi o representante da empresa intermunicipal Águas do Oeste, Salgado Zenha, que explicou o trabalho na luta contra a despoluição da Lagoa.
Também os presidentes de Junta da Foz do Arelho e Nadadouro, das Caldas, e Arelho e Santa Maria, de Óbidos, que confinam com a Lagoa, estiveram presentes, mas optaram por ouvir em vez de participar. Igual posição tiveram os convidados e representantes das associações ambientalistas e de mariscadores. Só o público e alguns elementos dos partidos políticos fizeram intervenções, tendo Manuel Isaac, do CDS-PP, e António Barros, do PCP das Caldas, sido os maiores protagonistas.
“Deve ter sido um dia de glória para o Sr. Peralta e para o Sr. Dinis [elementos da organização], porque conseguiram fazer um debate com tanta gente e conseguiram ter os dois presidentes de Câmara. Ainda assim admito que saiam frustrados porque o debate acabou e não houve combate. Nós somos feitos com ideias diferentes. Apesar das picardias, todos defendemos e queremos o bem da região e da Lagoa”, comentou no final do debate Fernando Costa, presidente da Câmara das Caldas.
Ao longo das quase quatro horas de debate, transmitidas pela rádio 94.8 FM, a quem coube a moderação, o autarca caldense afirmou que “não é da responsabilidade da Câmara fazer as dragagens. Temos de pedir aos Governos do PS, do PSD, aos secretários de estado e aos ministros responsabilidade”.
“As duas Câmaras e as associações devem fazer um movimento para que o Governo crie um instituto público ou um organismo para tratar apenas dos assuntos da Lagoa. As duas Câmaras sem autorização do Governo não podem fazer nada. Fazer um pacto, uma associação, criar um lobbie de associações, mariscadores e de personalidades na defesa da Lagoa é já amanhã se quiserem fazer”, declarou Fernando Costa.
Do lado da autarquia de Óbidos, Telmo Faria referiu que a criação de “uma estrutura para defesa da Lagoa de Óbidos, o desenvolvimento de um projecto de dragagem alternativo, o início de uma negociação de delegação de competências são um primeiro passo porque não podemos continuar neste ciclo vicioso INAG-LNEC e vice-versa. Esta metodologia não resolveu nada até agora e por isso é que estamos a discutir os problemas da Lagoa. Espero que os próximos tempos possam ser de soluções concretas e de capacidade de trabalho”, explanou Telmo Faria.
“Nós devemos ir para o terreno e enfrentar a administração central. Espero dar contributos para as coisas melhorarem e espero ter o presidente da Câmara das Caldas ao meu lado, mas devemos de ter competências”, disse.
Fernando Costa indicou que a Lagoa tem três grandes problemas. “O primeiro problema e o mais grave, é o assoreamento, que diminui a profundidade, logo a quantidade de água. Isto só é contrariado com dragagens. O segundo problema é a poluição dos agricultores e suinicultores. Só com barreiras nos rios conseguimos contrariar isto. O terceiro problema é o urbanismo”, enumerou.
Para Fernando Costa, o maior problema agora é também o canal de ligação da Lagoa ao mar, que carece de uma intervenção humana, mas não com a colocação de sacos. Quem se mostrou ao lado das Caldas foi Telmo Faria, que aconselhou mesmo o autarca caldense a não aceitar esta solução, que foi implementada na margem sul.
Telmo Faria manifestou que o INAG não tem agido com a mesma celeridade na Lagoa de Óbidos e na praia da Foz do Arelho como agiu na Praia da Costa da Caparica, aproveitando para ler as respostas a um requerimento do deputado Feliciano Barreiras Duarte sobre a Lagoa, revelado na última edição do JORNAL DAS CALDAS, e onde é dito pelo Ministério do Ambiente que uma intervenção na Lagoa ou na praia da Foz do Arelho “exige estudos que demoram tempo”.
Perante tal afirmação o autarca de Óbidos perguntou “como se justifica uma intervenção na Costa da Caparica, quando a Foz do Arelho está em risco”, tendo recebido uma ajuda de Fernando Costa que afirmou que “na Costa da Caparica tiveram de ir comprar e ir buscar a areia e aqui é só tirar a areia da Lagoa e metê-la na praia da Foz”.
Nesta parte do debate registou-se sintonia entre os dois autarcas, havendo mesmo a frase de que “o que é bom para Óbidos é bom para as Caldas” e vice-versa.
Telmo Faria ainda leu uma outra resposta do Ministério do Ambiente que dá conta de que “uma dragagem só se prevê no final de 2010 ou no primeiro semestre de 2011″. Incrédulo, o autarca de Óbidos rematou ainda com outra afirmação dos responsáveis do Ministério, quando dizem que “não foram realizados investimentos em quaisquer intervenções desde 2005 na Lagoa, porque não houve situações que justificassem”, contrariando os sucessivos estudos que se realizam de ano para ano.
Depois destas queixas, o autarca Obidense apresentou o projecto para a plantação de ostras e amêijoa boa na Lagoa, como forma de dar trabalho a cinquenta mariscadores e revitalizar a economia do ecossistema. Telmo Faria disse que o projecto está aberto a parceiros, desafiando a Câmara das Caldas a entrar, mas do lado de Fernando Costa a resposta foi clara ao dizer que “a Câmara não tem empresas municipais e não dá emprego a pescadores, pode ajudar, mas não dá emprego”.
Foi precisamente nesta fase que se começaram a notar as divergências e visões estratégicas sobre alguns assuntos entre os autarcas, sendo Fernando Costa o mais passivo, ao não apresentar iniciativas e a rejeitar as de Óbidos. Só com a ajuda do moderador do debate é que o presidente da Câmara das Caldas assumiu que estava disposto a unir-se a Óbidos na reclamação de delegações de competências sobre a Lagoa de Óbidos e na criação de um só instituto que tutele aquele ecossistema. Ainda assim Fernando Costa não deixou de dizer que a Lagoa não deve sair da alçada da administração central, mas defendeu a compra de uma draga para o sistema lagunar. No entanto, só aceita essa aquisição com o consentimento do INAG.
Depois desta fase falou-se da deposição de dragados, onde Telmo Faria referiu que reclamou o facto dos técnicos da CCDR terem colocado todos os dragados no concelho que preside, pelo que lhe foi sugerido que apresentasse outro local, daí o surgimento das Caldas como hipótese. O presidente da Câmara de Óbidos afirmou que não quer pôr em causa o aquífero de água das Caldas, mas também não aceita que o criatório de ostras seja comprometido com a deposição dos dragados nessa área. Já Fernando Costa disse que autarquia caldense aceitaria parte dos inertes retirados da lagoa, mas não avançou qualquer localização.
Quanto aos organizadores, Vítor Dinis e António Peralta, na recta final da sessão acabaram por entrar em algumas tricas com o autarca de Caldas, onde denunciavam que há esgotos a correr a céu aberto para a Lagoa, tendo esta situação sido desmentida pelo presidente da Câmara, que acabou por se insurgir contra as acusações.

Carlos Barroso

Jornal das Caldas

domingo, 1 de março de 2009

Se Conduzir não Beba.




”…MÃE... Fiz o que me pediste!
Fui à festa, mãe. Fui a uma festa, e lembrei-me do que me disseste. Pediste-me que eu não bebesse álcool, mãe... Então, bebi uma "Sprite".
Senti orgulho de mim mesma e do modo como me disseste que eu me sentiria e que não deveria beber e conduzir. Ao contrario do que alguns amigos me disseram. Fiz uma escolha saudável e o teu conselho foi correcto. E quando a festa finalmente acabou e o pessoal começou a conduzir sem condições... Fui para o meu carro, na certeza de que iria para casa em paz... Eu nunca poderia esperar... Agora estou deitada na rua e ouvi o polícia dizer: "O rapaz que causou este acidente estava bêbado", mãe, a voz parecia tão distante... O meu sangue esta escorrido por todos os lados e eu estou a tentar com todas as minhas forças não chorar... Posso ouvir os paramédicos dizerem: "A rapariga vai morrer"...Tenho a certeza de que o rapaz não tinha a menor ideia, enquanto ele estava a toda velocidade, afinal, ele decidiu beber e conduzir e agora tenho que morrer... Então por que as pessoas fazem isso, mãe? Sabendo que isto vai arruinar vidas?
A dor está-me a cortar como uma centena de facas afiadas... Diz a minha irmã para não ficar assustada, mãe, diz ao papa que ele seja forte... E quando eu partir, escreva "Menina do Pai" na minha sepultura... Alguém deveria ter dito aquele rapaz que é errado beber e conduzir... Talvez, se os seus pais tivessem dito, eu ainda estivesse viva...
Minha respiração esta a ficar mais fraca, mãe, e estou realmente a ficar com medo...
Estes são os meus momentos finais e sinto-me tão desesperada...
Eu gostaria que tu pudesses abraçar-me, mãe, enquanto estou esticada aqui a morrer, eu gostaria de poder dizer que te amo, mãe...
Então... Amo-te e adeus..."

Estas palavras foram escritas por um repórter que presenciou o acidente.
A jovem, enquanto agonizava, ia dizendo as palavras e o repórter ia anotando...