quinta-feira, 22 de março de 2012

A futura cozinha portuguesa.



A Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste nas Caldas da Rainha está a surpreender com a criatividade e o experimentalismo da cozinha de autor.

Decorreu na passada sexta-feira o segundo dia do programa pedagógico, onde os alunos do 3º ano do curso de Técnicas de Cozinha/Pastelaria estão a fazer menus criativos da sua autoria, apresentando-os no restaurante de aplicação da escola. Esta ação, que decorre às sextas-feiras, consiste em ter como responsável máximo pela cozinha um dos alunos finalistas, com total responsabilidade pela elaboração e confeção de um menu de degustação que também servirá para a sua avaliação pelos seus formadores. Junta-se também o curso de Restauração e Bebidas do qual um dos alunos se encarrega de coordenar o serviço à mesa.
Esta prova, onde os finalistas são os chefes criativos, irá rodar por todos os estudantes de ambos os cursos até ao dia 1 de junho, tendo o JORNAL DAS CALDAS como parceiro de divulgação do seu trabalho.
“Podemos deixar outras pessoas felizes com uma boa comida feita por nós mesmos. Mas cozinhar também traz satisfação a quem prepara o alimento”, explicou o aluno André Mendes, que foi o chefe de cozinha neste segundo dia do programa de cozinha de autor. O finalista é natural das Caldas da Rainha e reside no Nadadouro e para a escolha da ementa resolveu selecionar algumas receitas da cozinha internacional e incluir produtos da região Oeste, como a amêijoa e mexilhão da Lagoa de Óbidos, a maçã de Alcobaça, a pera rocha e a ginja de Óbidos, pelo facto de terem bastante qualidade. “Sou desta região e sempre apreciei o sabor e a qualidade dos nossos peixes, mariscos, frutos, licores, entre outros. Para além disso é essencial valorizarmos aquilo que é nosso. Assim sendo, pareceu-me adequado fazer a fusão do requinte da tão conceituada cozinha internacional com a qualidade, a frescura e o sabor dos produtos da região Oeste, e assim reinventar os pratos internacionais”, apontou André Mendes, de 22 anos.
A confeção da ementa foi da inteira responsabilidade do aluno, que teve a seu cargo na cozinha doze colegas que fizeram 21 almoços. “Nós estamos habituados a ser mandados e quando chega a parte de chefiar e coordenar é mais complicado”, disse André Mendes. Para o futuro chefe, a apresentação de um prato é importante mas o que lhe interessa mais é o “tempo de confeção, para que os clientes tenham uma comida saborosa e não só bonita”. A sua expectativa é que todos que degustaram os seus pratos tenham gostado das combinações que elaborou e que “possam a partir de hoje reinventar também nas suas casas os pratos tradicionais”.
Depois de terminar o curso em junho pretende ingressar em Pastelaria Avançada no pólo de Óbidos. “Quero especializar-me na área de Gestão de Pastelaria e depois disso o meu objetivo é ingressar no mercado de trabalho em Portugal, em grandes cadeias hoteleiras”. Se não conseguir entrar no mercado de trabalho no país vai tentar no estrangeiro. “Com as capacidades que tenho e com tudo o que já aprendi o meu único objetivo a nível profissional é adquirir novos conhecimentos para me tornar um chefe de cozinha, e talvez então quando tiver mais experiência e estabilidade poder pensar em abrir um negócio próprio e inovador”, sublinhou André Mendes.
Diana Félix, de 19 anos, natural da Usseira, no concelho de Óbidos, frequenta o 3º ano do Curso de Técnicas de Serviço, Restauração e Bebidas. Ficou encarregue de gerir o serviço na sala com a colaboração de outros três colegas. “Foi muito agradável e foi sem dúvida uma boa experiência porque nós aprendemos muito com este tipo de serviço”, disse a jovem estudante, que confessou querer ser hospedeira de bordo, mais do que ser chefe de sala. “Estou a tirar este curso pela prática e para ter o décimo segundo ano. Se não conseguir para já ser hospedeira talvez vá para a faculdade tirar o curso de Gestão Turística”, explicou Diana Félix, que ficou satisfeita com a sua prestação.
Depois de ter degustado os pratos criados por André Mendes, Daniel Pinto, diretor da Escola gostou da conjugação da ementa especialmente do ponto de vista do “food design”. “Este é o dia da cozinha do autor mas também da cozinha criativa. O que se pretende é que os alunos neste dia, deem uso à sua imaginação e criatividade para fazerem coisas diferentes”, referiu.
Segundo o diretor, a turma que está na cozinha neste dia fez os menus para o restaurante e para o refeitório. “Hoje tivemos a visita de alunos de duas Escolas Secundárias do curso técnico de restauração de bar e pastelaria de Baguim (Gondomar) e de Canas de Senhorim, que visitaram o Festival de Chocolate de Óbidos e depois vieram almoçar aquilo que os nossos alunos confecionaram, o que acontece diariamente”, revelou Daniel Pinto.
Os menus de degustação são públicos, como acontece nos restantes dias no restaurante da escola, mediante marcação e é aconselhável porque tem uma excelente relação qualidade-preço (oito euros por pessoa). O diretor adianta que o restaurante tem tido bastante procura. “Uma refeição destas no dia da Cozinha de Autor da num restaurante lá fora custaria cerca de 50 euros”, revelou Daniel Pinto, acrescentando que os alunos têm um orçamento atribuído para esta refeição. “Os estudantes definem a ficha técnica. A forma como confecionar aqueles pratos e as quantidades dentro de um orçamento que está previsto”, indicou.

Ementa:

Entradas: Sopa de Amêijoas da Lagoa de Óbidos e Risotto de Frutos do Mar

Peixe: Filetes de Linguado do Atlântico com Ratatouille, Crocante de Alho Francês e Cenoura e Molho Beurre Blanc

Carne: Medalhões de Vitela com Batata Chips, Molho de Mostarda e Chutney de Maçã

Sobremesa: Tarte de Limão Merengada, Gelado de Pera Rocha e Quenelle de Claras aromatizada com Ginja de Óbidos


Jornal das Caldas - Marlene Sousa







quarta-feira, 21 de março de 2012

Perdeu o Euromilhões por 2 libras...

Hazel Loveday jogou no Euromilhões durante três anos com doze colegas de trabalho, mas desistiu da sociedade há seis meses por não ter 2 libras para gastar por semana. Sexta-feira passada, os doze motoristas de autocarro da empresa inglesa Corby foram bafejados com o jackpot de 46 milhões. Cada um vai receber cerca de 3,8 milhões de euros.


Quando soube, Hazel, de 36 anos, ficou devastada com a sua má sorte. Ganha pouco mais de 20 mil euros por ano e é mãe solteira de um rapaz de três. Os colegas estão agora a equacionar se lhe dão um pequena parte do prémio. Recusam, no entanto, confirmar se cada um contribuirá com 12 mil euros, o suficiente para pagar a casa onde mora.

Depois de confirmar a chave sorteada cinco vezes, os 12 amigos juntaram-se para festejar. Mas só na manhã seguinte souberam que não havia mais vencedores. Nesse sábado, nenhum deles foi trabalhar. Não estavam com cabeça para isso. O mais novo dos motoristas tem 40 anos, o mais velho 65. A maioria quer comprar o carro dos seus sonhos, fazer obras ou pagar a casa e fazer férias de sonho. Todos são unânimes que vão largar o emprego. Acabaram-se as batatas fritas e as empadas ao almoço. Pela primeira vez, provaram caviar regado com champanhe.

segunda-feira, 19 de março de 2012


“Amoreira Mexe-se” é um projecto de desenvolvimento da actividade física regular que vai decorrer na freguesia da Amoreira, em Óbidos, direccionado a toda a sua população e a praticamente a todas as idades, sendo que os exercícios são prescritos e adequados aos grupos alvo.

O objectivo deste programa é criar condições de prática de actividade física, assim como melhorar a qualidade de vida da população, mediante os benefícios da prática da actividade física regular. Tais benefícios passam pela melhoria da autonomia funcional, autoestima, autoconfiança e pela integração em actividades de grupo, de modo a prevenir eventuais situações de isolamento.

O programa possibilita a cada inscrito aproximadamente uma hora e meia por sessão de condição física geral, treino da força, resistência, caminhadas, canoagem, basquetebol, voleibol e onde não são descuradas outras actividades lúdicas que serão organizadas de acordo com os interessados.

A actividade realiza-se no Parque de Lazer da Freguesia da Amoreira, todos os domingos, com dois horários possíveis: 9h00 às 10h30 e das 10h30 às 12h00, sendo a sua responsabilidade da Junta de Freguesia da Amoreira.

No que concerne às actividades de ginástica e caminhada realizam-se três momentos de avaliação das capacidades físicas dos alunos, nomeadamente, as componentes de força e flexibilidade dos membros superiores e inferiores e de resistência aeróbica.

Todas as actividades do projeto são orientadas e coordenadas por um técnico superior de Educação Física.
Para ingressar neste programa, os interessados têm de efetuar a Pré-inscrição na Junta de Freguesia da Amoreira.

As actividades físicas iniciam-se no primeiro domingo de abril.

domingo, 18 de março de 2012

GREVE GERAL - 22 de Março 2012

Corajoso hoje é quem afronta o seu próprio povo, roubando a eito quem trabalha.


Corajosos são os governantes de fato e gravata, carro de luxo e mansão, que fazem o serviço sujo dos banqueiros, da ladroagem organizada e dos senhores do dinheiro.

Corajoso é quem enche o peito nas televisões e estende a passadeira à ocupação estrangeira, mas se esconde atrás de seguranças, polícias e carros blindados para não ver o próprio povo.

Corajoso hoje é quem rouba sabendo que terá o futurozinho assegurado nos conselhos de adminstração das empresas que privatizou, o salário chorudo de gestor de topo, com curso tirado no governo.

Corajosos são os meninos e meninas da “Jotas” que sem saberem ler nem escrever arranjaram um tacho nos gabinetes de luxo dos ministérios ou que chegam mesmo a primeiro-ministro, sem nunca terem trabalhado na vida, porque jogaram as cartadas certas de caciquismo entre jotinhas e fizeram os favores a quem deviam.

E piegas, piegas é quem trabalhou a vida inteira e empobreceu ainda assim. É quem está no desemprego há mais de seis meses e não tem como alimentar os filhos. É quem não tem dinheiro para a escola e tem de ir trabalhar para levar qualquer coisa para casa porque o rendimento dos pais já não chega. Piegas? Piegas é quem trabalha dia e noite para que o salário chegue para as despesas. É quem tem de pagar uma casa. É quem teve de estabilizar a pulso a sua vida, com o suor do seu trabalho.Piegas são esses putos todos que querem emprego estável e com direitos.

Piegas é, acima de tudo, aquele punhado de gente que não só não vive bem, como disso ainda se queixa. Piegas é quem não quer ser roubado e quem não se cala quando vê o país a afundar-se.

Piegas, hoje, e para esta gente, é quem não quer baixar a cabeça e vender a dignidade a troco de uma esmola. Piegas é quem arrisca o posto de trabalho, o emprego, por protestar. É quem decide gritar, quem decide lutar!

E é por isso é que o Terreiro do Paço será o Terreiro do Povo, Terreiro da Luta, cheiinho de apavorados contra esses corajosos que nos governam!

sábado, 10 de março de 2012

Chove dinheiro, água não!

Nas últimas semanas surgiram notícias de relevo, relativas às decisões do Banco Central Europeu (BCE) "produzir" dinheiro; à opção do Governo meter graciosamente 4,4 milhões de Euros (portagens da ponte 25 de Abril) nos cofres da Lusoponte; à falta de transparência e ao atentado que significa o excesso de rendas (lucro) da EDP e de outras empresas; ao agravamento da seca.


O país precisa de chuva para a agricultura, para consumo de água e para limpar a atmosfera, mas a água teima em não cair do céu. Para agravar a situação de seca, que segundo vários especialistas não era de todo imprevisível e já dá sinais sérios há muitos meses, o Governo tem uma atuação tardia na mobilização de fundos em Bruxelas, e não executa medidas de apoio à agricultura em tempo útil.

Se a seca atingisse os interesses do poder financeiro e de grandes capitalistas, a ministra e o Governo já teriam atuado, mas como as faturas virão sobre o povo e as suas condições de vida, deixam andar.

No que diz respeito a sujidades e nuvens negras que pairam na atmosfera de Portugal e da Europa, é caso para dizer: estamos perante uma situação cada vez mais complexa que ameaça o nosso futuro coletivo.

O sol, a estrela que nos dá vida e nos ilumina, oferece-nos nestes dias uma chuva de partículas eletromagnéticas quando, no nosso país, o que precisávamos mesmo era de um forte aguaceiro de raios luminosos de democracia que trouxesse aos nossos governantes valores morais e éticos, sentido de responsabilidade, exigência de rigor, transparência no exercício da governação.

Não podemos ficar à espera do milagre de uma estrela e muito menos dos alertas, perdidos em nuvens de poeiras contaminadas, do avisador-mor do reino. Será o povo português, pela sua consciencialização, mobilização e luta, construindo projetos políticos alternativos e colocando-os em execução pela sua força coletiva, que encontrará as medidas necessárias, e cada dia urgentes.

Em nome da poupança de uns tostões corremos o risco de, a prazo não muito longo, apenas pouco mais de 1/3 dos desempregados terem subsídio de desemprego. Mas em agosto/setembro choveram, por decisão consciente do Governo, 4,4 milhões de euros nos cofres da Lusoponte. E quantos casos deste tipo, maiores e mais pequenos, existirão no país?

Os governantes enaltecem o despedimento mais fácil e a redução generalizada do valor das indemnizações por despedimento, num quadro em que os encerramentos e falências de empresas surgem em catadupa, quantas vezes a partir de duvidosas invocações da crise e para facilitar negócios de ocasião. Em contrapartida, chove dinheiro a rodos para acionistas das EDP

e para alimentar os beneficiários dos contratos das ruinosas parcerias público-privadas, dinheiro esse sacado ao povo através dos impostos e de outras medidas e, em muitos casos, com sacrifício de pequenas e médias empresas.

Costuma dizer-se que o dinheiro não cai do céu. Estas práticas que referi e o comportamento do BCE devem levar-nos a exigir clarificação sobre como se faz aparecer dinheiro. Por onde anda ele e quem o controla?

No espaço de três meses, o BCE decidiu fazer chover duas bátegas de notas que somam cerca de 1 milhão de milhões de euros. É quase o dobro da soma das dívidas de Portugal, Irlanda e Grécia!

Esse dinheiro vai correr (escorrer), a taxas de 1%, para a Banca. Aí fica disponibilizado para os seus acionistas, que são simultaneamente os acionistas dos grandes grupos económicos, lhe darem bom tratamento. Ao comum das empresas pouco há de chegar e às pessoas muito menos.

Relembremos que o BCE é uma instituição da União Europeia. E, por exemplo, se a troika aplicasse a Portugal aquela taxa de juros, pagaríamos menos 2 mil milhões de euros de juros por ano do que vamos pagar!

O comum dos cidadãos está convencido de que não é possível criar dinheiro sem a garantia de depósito de metais preciosos, nas caves dos bancos centrais. Afinal, isso não é assim! Para alimentar o sistema financeiro, parece que eles conseguem fazer chover dinheiro quando querem.

As pessoas, habituadas a contar tostões, nem lhes passa pela cabeça que vivem prisioneiras destes esquemas.

Carvalho da Silva - JN

O regime cheira mal, está em decomposição.

Cavaco Silva destapou o tacho um ano depois de ter tomado posse para o segundo mandato presidencial em Belém. E um cheiro nauseabundo invadiu o país, um sinal evidente de que o regime, a todos os níveis, está podre, em decomposição. Já não há volta a dar. Os discursos piedosos dos personagens que lucram e vivem na podridão mais parecem missas de sétimo dia. A degradação não tem limites e soluções. O estado a que esta porcaria chegou está agora à vista desarmada e já não há salamaleques democráticos que disfarcem a podridão que reina nas instituições e que se propaga, obviamente, a todas as estruturas do Estado e à própria sociedade civil. Cavaco Silva decidiu abrir o livro sobre as suas relações com José Sócrates. Antes assim. Fala em deslealdade histórica, aponta episódios, como o seu desconhecimento da existência de um PEC IV salvador que a oposição chumbou e levou à demissão do governo socialista e ao pedido de ajuda externa. Mas os cinco anos de convívio entre Sócrates e Cavaco tiveram mais episódios picantes. É bom recordar o estatuto dos Açores, que pôs o Presidente da República à beira de um ataque de nervos. E também a história da espionagem de S. Bento a Belém, que teve um efeito em cadeia e atingiu em cheio alguns órgãos de comunicação social e jornalistas. É natural que daqui a um ano – ou talvez um pouco mais, depende –, Cavaco também venha contar os episódios mais escabrosos das suas relações com Pedro Passos Coelho e este governo PSD/CDS. A decisão de contar as histórias escabrosas com Sócrates é uma espécie de aviso à navegação e aos tripulantes da maioria. Portem-se bem, não sejam desleais, não andem por aí a pôr minas e armadilhas no caminho presidencial, que Belém não esquece e muito menos perdoa. A lavagem de roupa suja presidencial teve, obviamente, uma resposta ao mesmo nível dos deputados socráticos do PS. Uns mandam o Presidente tratar-se rapidamente num psiquiatra, outros dizem que Cavaco é foleiro e ainda há os que lhe devolvem a deslealdade histórica. É neste clima de degradação moral que o país sobrevive, com a miséria e a fome a atingir cada vez mais pessoas. É neste clima de decomposição de um regime que alguns gatos-pingados tentam fingir que está bem de saúde que se percebe como empresas cem por cento públicas têm o descaramento de vir a público desafiar os governantes que as tutelam. A lei da selva, o salve-se quem puder, a ausência total de normas básicas de relacionamento entre instituições, a lavagem pública da muita roupa suja acumulada ao longo de muitos anos são sinais óbvios de que algo tem de mudar e urgentemente. Mas desenganem-se os que sonham com uma mudança nascida de um regime podre. Portugal está a chegar vertiginosamente ao fim. E não serão os partidos políticos, os pilares cancerosos desta democracia e deste regime, que o irão salvar. E, como já se percebeu, nesta derrocada não há instituição que sirva de porto de abrigo. Nem a Presidência da República. Belém, como ficou claro neste 9 de Março de 2012, faz parte do problema. Na verdade, já deixou há muito de fazer parte da solução para uma nação em decomposição.


Jornal I - António Ribeiro Ferreira

sexta-feira, 9 de março de 2012

PSD inviabiliza moção do PS de apoio ao CHON

Na última Assembleia Municipal de Óbidos, que se realizou no passado dia 29 de fevereiro, a bancada do Partido Socialista, apresentou uma moção em defesa do Hospital do Centro Hospitalar Oeste Norte, manifestando deste modo a sua preocupação com as previsíveis mudanças na rede hospitalar e as consequências que trarão para o bem-estar e saúde das populações do Concelho de Óbidos e limítrofes. O texto apresentado à consideração da Assembleia foi o seguinte:


“Considerando que há elevado risco da população do concelho de Óbidos ficar mais distante de cuidados de saúde, conforme resulta da proposta de reorganização dos cuidados hospitalares na Região Oeste, de Fevereiro de 2012, da ARSLVT, assunto relacionado com a recente entrada em serviço de um novo hospital em Loures e estar eminente a decisão de fundir os Centros Hospitalares Oeste Norte e Oeste Sul, este último em Torres Vedras.

Que no Centro Hospital Oeste Norte já estará decidida a não renovação de dezenas de contratos de trabalho, designadamente de pessoal ligado directamente aos cuidados de saúde.

Que na melhoria da gestão da saúde devem ser tidos em conta não só as despesas do Estado, como as dos cidadãos.

Que sem prejuízo de medidas de melhoria da gestão do Serviço Nacional de Saúde, seria grave para a população do concelho de Óbidos e dos demais do Oeste Norte que o hospital das Caldas da Rainha venha a perder especialidades basilares, as quais consta que passarão para Torres Vedras.

Que a diferença entre ter um hospital a alguns minutos de distância, como é o caso da população do concelho de Óbidos face ao Hospital Oeste Norte, em Caldas da Rainha, ou a ida para Torres Vedras, pode fazer a diferença entre a vida e a morte.

Que o Centro Hospitalar Oeste Norte, sem prejuízo de melhorias sempre susceptíveis de implementar, presta um bom serviço à população.

Que para além do actual Governo querer retirar serviços de passageiros na linha do Oeste, de ir encerrar o Turismo do Oeste, a ex-Região de Turismo do Oeste, cuja sede é em Óbidos há dezenas de anos, prepara-se agora querer enviar utentes da saúde desta zona para Torres Vedras.

A Assembleia Municipal de Óbidos apela à união na defesa da manutenção das especialidades basilares do hospital que se encontra a alguns minutos do concelho de Óbidos e recomenda à Câmara Municipal para sensibilizar a Administração de Saúde e o Governo para que se mantenham as especialidades basilares no hospital de Caldas da Rainha e também as extensões de saúde existentes no concelho de Óbidos.”

Lamentavelmente esta Moção não foi aprovada, apesar dos votos a favor da bancada socialista, do deputado da CDU e da abstenção de alguns deputados da maioria PSD, que viabilizaria a aprovação, e que souberam pôr os interesses da região acima dos interesses partidários.

Os outros deputados, votando contra e rejeitando esta Moção, mostraram que nem quando estão em causa valores tão importantes como o da Saúde das populações, sabem distinguir o essencial do acessório, as opções partidárias do verdadeiro interesse da região que representam, destoando das Assembleias Municipais dos concelhos limítrofes que souberam unir-se em torno de um objectivo comum, cuja defesa é imperiosa.



PS Óbidos

terça-feira, 6 de março de 2012

Alterações aos regulamentos Jogos Santa Casa.


MINISTÉRIO DA ADMINISTRAÇÃO INTERNA
Portaria n.º54/2012 de 5 de Março
O Decreto -Lei n.º106/2011, de 21 de Outubro, que procedeu à segunda alteração ao Decreto -Lei n.º 56/2006, de 15 de Março, que regula a forma de distribuição dos resultados líquidos dos jogos sociais explorados pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, veio introduzir alguma flexibilidade na forma de repartição das verbas dos jogos sociais, visando assegurar o ajustamento do financiamento às reais necessidades dos programas e acções a empreender. Neste sentido, o artigo 6.º do Decreto -Lei n.º 56/2006, de 15 de Março, na sua nova redacção, estabelece que as normas regulamentares necessárias à repartição anual das verbas a que se refere o diploma são aprovadas, para cada ano, através de portaria do membro do Governo responsável pela respectiva área sectorial, para vigorar no ano seguinte.

Assim:

Manda o Governo, pelo Ministro da Administração Interna, ao abrigo do disposto no n.º 2 do artigo 3.º e no artigo 6.º do Decreto -Lei n.º 56/2006, de 15 de Março, com a redacção que lhe foi conferida pelo Decreto -Lei n.º 44/2011, de 24 de Março, e pelo Decreto -Lei n.º 106/2011, de 21 de Outubro, o seguinte:

Artigo 1.º

Objecto

A presente portaria fixa as normas regulamentares necessárias à repartição dos resultados líquidos da exploração dos jogos sociais atribuídos ao Ministério da Administração Interna (MAI) nos termos do Decreto -Lei n.º 56/2006, de15 de Março, alterado pelo Decreto -Lei n.º 44/2011, de 24 de Março, e pelo Decreto -Lei n.º 106/2011, de 21 de Outubro.
Artigo 2.º

Repartição

A repartição das verbas dos jogos sociais no ano de 2012 efectua -se nos seguintes termos:
a) Afectação do valor de 2,77 % a que se refere a alínea a) do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 56/2006, de 15 de Março, na redacção actual, à Autoridade Nacional de Protecção Civil para prossecução de finalidades de protecção civil, emergência e socorro, nomeadamente para apoio a associações de bombeiros voluntários;
b) Afectação do valor de 0,30 % a que se refere a alínea b) do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 56/2006, de 15 de Março, na redacção actual, à Secretaria Geral do MAI, para financiamento de iniciativas no domínio da sinistralidade rodoviária e da prevenção da criminalidade, designadamente em espaços turísticos, no interior do País e em zonas de risco, bem como para o financiamento de iniciativas no domínio da prevenção dos riscos sociais, da vitimação e do sentimento de insegurança decorrentes da criminalidade;
c) Afectação do valor de 0,69 % a que se refere a alínea c) do n.º 2 do artigo 3.º do Decreto -Lei n.º 56/2006, de 15 de Março, na redacção actual, à Secretaria-geral do MAI, para posterior transferência para as forças de segurança, para o policiamento dos espectáculos desportivos.

Artigo 3.º

Produção de efeitos 

A presente portaria produz efeitos a partir de 1 de Janeiro de 2012.

O Ministro da Administração Interna,
Miguel Bento Martins Costa Macedo e Silva, em 14 de Fevereiro de 2012.

sexta-feira, 2 de março de 2012

A mentira das políticas públicas de emprego


Pedro Mota Soares anunciou a redução do prazo de decisão por parte da Segurança Social para o destacamento de trabalhadores no estrangeiro de empresas estabelecidas em Portugal. Passa de 60 para três dias. Lê-se e não se acredita. Este é apenas um pequeno exemplo do que é a interferência do Estado na vida das empresas, nos negócios e na economia.

 Tudo passa pelo Estado, tudo depende do Estado, tudo ou quase tudo morre na infinita burocracia do Estado. É um verdadeiro inferno. Criar um posto de trabalho em Portugal não só é caro como é penoso do ponto de vista administrativo. É por isso que é necessária muita coragem política para arrasar com um Estado que está em todo o lado para dificultar e tantas vezes boicotar qualquer iniciativa.

 Os problemas do desemprego, do fraco crescimento económico e do pouco peso que as exportações ainda têm na produção de riqueza não se resolvem com políticas públicas disto e daquilo, nomeadamente de emprego. Agora que o desemprego já atingiu os 14,8% e naturalmente irá continuar a subir, chovem os protestos e os apelos ao governo para tomar medidas que contrariem esta tendência. Como se sabe, não são os ministros que arranjam postos de trabalho e evitam a falência de empresas. Não são os ministros que arranjam mercados para as exportações. Não são os ministros que investem na economia. Não são os ministros que inventam negócios. Não são os ministros que aumentam a riqueza do país.

 Os ministros deviam, isso sim, tornar Portugal um país em que o mercado funcionasse e em que o Estado, por via da carga fiscal e da burocracia, deixasse de ser um inimigo do investimento. Mas nisso pouca gente fala. Não se ouvem patrões e sindicatos gritar bem alto que é preciso um novo Estado amigo dos negócios e da economia. Não se ouvem sindicatos e patrões exigir menos impostos e menos papéis para criar uma empresa e postos de trabalho.

 Não, o que se ouve, de patrões e sindicatos, são apelos lancinantes ao governo de que reduza o desemprego e, imagine-se, invente umas tantas políticas públicas de emprego. Basicamente, o que os senhores do costume querem é que o Estado invente uns milhares de estágios profissionais para jovens desempregados, uns milhares de cursos de formação profissional da treta para desempregados de média e longa duração e, desta maneira falaciosa, limpe os ficheiros dos institutos e apareça nas estatísticas com uns valores mais bonitos do desemprego.

 Tudo isto é mais do mesmo e o mais do mesmo é uma mentira pegada que apenas serve para adiar o que é absolutamente necessário fazer neste país em que o Estado é tudo e mais alguma coisa, além de ser o maior empregador da nação. Chegados a este ponto e depois de oito meses de governo PSD/CDS, é natural que muita gente ponha em dúvida a sua capacidade para realmente mudar Portugal.

 Chegados a este ponto, e olhando para o que se passa em Itália, é natural que muita gente já sonhe com um governo sem partidos, capaz de fazer reformas a sério. Mario Monti tem o apoio da grande maioria dos italianos. O nosso Mario Monti não seria certamente uma excepção.

Jornal I - António Ribeiro Ferreira

quinta-feira, 1 de março de 2012

A lição do chanceler.


Um amigo alemão dizia-me, há meses, que para perceber a política de Merkel era preciso ler, todos os dias, a primeira página do influente e sensacionalista jornal Bild. Se ele tiver razão, não terá escapado à governante alemã o contundente texto recentemente publicado nas páginas desse diário pelo seu antigo mentor, o ex-chanceler Helmut Kohl. Com a sabedoria da idade, e a vasta experiência de estadista, Kohl vai ao essencial. A Alemanha não tem futuro fora de uma Europa unida. "Os maus espíritos do passado estão longe de ter sido banidos." A questão da guerra e da paz, se a Europa falhar a sua unidade, voltará à agenda. "Guerra nunca mais!" (Nie wieder Krieg!). Exclama, com veemência, aquele que, com apenas 15 anos de idade, ainda lutou nas últimas semanas da II Guerra Mundial, quando a Alemanha era um imenso inferno de massacres e ruínas. No Governo da senhora Merkel já não há veteranos de guerra. Os seus ministros, medíocres em Economia e Finanças, ainda são piores em História. Não percebem que ela é a sabedoria sedimentada dos povos. A Alemanha é o país do meio. Ocupa a área geoestratégica mais vulnerável da Europa. De Frederico II ao III Reich, a história alemã é o pesadelo da guerra em duas frentes. Se a bancarrota da Grécia desencadear uma catástrofe capaz de conduzir ao colapso da NATO (com o afastamento dos EUA da cena europeia) e à fragmentação da União Europeia em pelo menos dois blocos, separados pelo Reno, a Alemanha ficará entalada entre a "force de frappe" francesa, e uma Rússia, onde Putin não deixará de usar o arsenal nuclear e a chantagem energética para fazer de Berlim um vassalo útil. Em 2012, os alemães estão seguros e confiantes. Em 2015, talvez tenham de rasgar os dedos no carvão para se aquecerem no inverno.

DN - VIRIATO SOROMENHO-MARQUES

O QI do professor Catroga.


Há dias, Eduardo Catroga disse uma coisa extraordinária. Tendo sido escolhido para presidente da EDP, explicou a decisão, assim: "Eu era um candidato natural". Na mesma altura, estando eu em Angola, li num jornal local a entrevista também extraordinária de um empresário. Perguntado sobre qual a refeição mais cara que teve, o empresário respondeu: "Ainda há dias, num almoço em Amesterdão, uma garrafa de vinho custou-me 1500 dólares." Qualquer candidata a Miss Mundo saberia dizer que se tivesse esse maço de notas dá-lo-ia a um hospital pediátrico... O despudor do empresário angolano era de quem ignora tudo da política (isto é, da relação de cada um com a gente à volta) a ponto de acirrar os que têm muito pouco e justamente se ofendem com a arrogância dos poderosos. O caso de Catroga é politicamente parecido. Em Portugal há escândalos recorrentes com o termo "boys". Daí as nomeações, que deveriam ser sempre na base da competência (o que é o caso Catroga/EDP), exigirem também discrição política. Ora alguém achar-se "candidato natural para a presidência da EDP" é um estardalhaço desnecessário e arrogante que não pode senão excitar indignações. Recorro ao imaginativo falar luandense para mostrar que ninguém se deixa enganar. Por lá se explica o que leva alguém a conseguir um alto cargo: "Esse tem um grande QI!" E não, não se referem a Quociente de Inteligência, mas sim a ter um grande e poderoso Quem Indicou.

DN - FERREIRA FERNANDES