sábado, 20 de junho de 2009

Crianças do jardim-de-infância da Amoreira fazem livro da família



“A minha família: as tradições e costumes”, é o tema que está este ano a ser trabalhado pelo jardim-de-infância da Amoreira. “O objectivo é estreitar laços e incutir valores às crianças”, salienta a educadora, Graça Jordão, destacando que no final do ano cada criança ficará com um livro da sua família.

As 19 crianças, entre os três e cinco anos, que frequentam a instituição começaram por desenhar a família e, em conjunto com os pais, foram preenchendo um questionário. “O objectivo é as crianças chegarem aos bisavós”, conta a responsável, destacando que também abordam usos e costumes de antigamente, assim como o vestuário, alimentação ou meios de transporte. Frequentemente, os avós vão ao jardim-de-infância contar as suas histórias e vivências de outros tempos.

De acordo com Graça Jordão, a adesão à iniciativa está a ser muito boa, com os pais e avós a participar também activamente. Um desses casos é a família Gomes.

Maria Eduarda tem cinco anos e encontra-se a fazer a história da sua família. Começou por desenhar os familiares mais directos e, com a ajuda da mãe, e também da avó, tem respondido aos questionários e colocado fotografias para completar o livro. “É muito interessante, por um lado porque temos que fazer um trabalho conjunto em casa, e também porque passa a conhecer melhor a família e é divertido”, afirma Susana Domingos Gomes. Também a avó, Beatriz Domingos, está contente com a iniciativa: “é uma forma de tornar a família mais próxima e dá a conhecer à criança o interesse dos pais”, refere.

E como a pintora Romarina Passos também colabora com as actividades do jardim, a capa do livro da família vai ser o auto-retrato de cada criança pintado em pano. Além disso, fizeram também uma árvore do tamanho da parede, em que cada ramo tem a família de um menino.

Fátima Ferreira
Gazeta das Caldas

terça-feira, 16 de junho de 2009

Cristiano Ronaldo



A transferência de Cristiano Ronaldo (CR7 para os fãs) do Manchester United para o Real Madrid, por módicos 94 milhões de euros, provocou uma longa série de díspares comentários. Os mais comovidos indignaram-se com os valores em causa, sobretudo por estarmos no meio de uma severa crise económica. Os menos comovidos - poucos no conjunto dos que foram instados a dizer qualquer coisa - alegraram-se, por verem no facto a pujança do mundo futebolístico e a possibilidade de os adeptos da modalidade esquecerem, por momentos que seja, a tristeza que os dias carregam, quando virem Cristiano e o brasileiro Kaká a trocarem as voltas aos adversários.

Vale a pena relembrar algum do argumentário usado.

A Organização das Nações Unidas (onde a coisa chegou!) apressou-se a lembrar que os 94 milhões de euros davam para oferecer 56 milhões de refeições a crianças necessitadas.

Michel Platini, presidente da UEFA, ficou chocado com o pilim em causa.
Joseph Blatter, presidente da FIFA, mostrou-se contente: ele acha que "as pessoas precisam de estrelas e de emoções" - e transferências como esta ajudam à festa.
Cavaco Silva, o nosso presidente da República, disse que, apesar de não ser adepto de futebol, nunca lhe "passou pela cabeça que alguém pudesse pagar quase 100 milhões de euros pela transferência do jogador". Um pecado, portanto.

Paulo Rangel, a nova estrela do firmamento político português, acha a coisa um "escândalo" (Paulo aprendeu depressa a dominar a técnica do "sound byte").
Rui Santos, o novo oráculo do futebol nacional (e, quiçá, internacional), antevê mesmo o "ocaso" (sic) de Ronaldo, supostamente por o rapaz da Madeira dificilmente resistir aos encantos que a "movida" madrilena lhe proporcionará.

Não vale a pena recordar que noutras modalidades para nós menos mediáticas (golfe, basebol, básquete...) há quem aufira bem mais do que aquilo que cabe agora em sorte a Cristiano Ronaldo. Mas já vale a pena lembrar que a UEFA criou, com a Liga dos Campeões, um "clube dos ricos" na Europa. O dinheiro que ali se ganha obviamente incentiva a competitividade, logo incentiva também negócios como este.

Negócios. Essa é a palavra-chave. A transferência de CR7 para o clube da capital espanhola não passa disso mesmo. Uma multinacional de grande sucesso (Manchester United) vendeu a outra multinacional (Real Madrid) um dos seus activos mais valiosos. Eu não tenho nada a ver com isso. Tudo o resto em torno desta novela é folclore do mais puro. E demagogia da mais pura.
Paulo Ferreira

JN

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A idade transforma o amor e o sexo


Aos 50 anos as emoções são mais verdadeiras, as pessoas estão mais libertas e o prazer erótico que é possível alcançar é superior ao da juventude.

Assistimos a mudanças profundas na relação entre sexo e amor nas várias etapas da vida. Antigamente, as raparigas tinham a primeira relação sexual com 18 anos, com o namorado. Os rapazes tinham a primeira experiência com prostitutas. No caso das raparigas, o sexo estava relacionado com o amor, nos rapazes nem tanto. Actualmente, as raparigas têm a primeira experiência sexual com 13 ou 14 anos, com rapazes da mesma idade. O amor e o sexo aproximaram-se, mas estes amores adolescentes, apesar de emocionalmente muito intensos, são frágeis e de curta duração.
Com 20 e 30 anos, homens e mulheres estão dedicados aos estudos, à carreira e trocam de cidade e de trabalho, viajam, querem divertir-se. Têm numerosas experiências amorosas, mas só muito dificilmente se entregam e fazem do amor a razão de ser da vida. Muitos adiam o casamento e o momento de ter filhos. As mulheres sonham com o homem ideal, que as ame de forma apaixonada e seja fiel. Contudo, têm dificuldade em encontrá-lo, porque os homens também mudam com muita frequência de parceira. Mais tarde, quase todos casam ou vivem em união de facto, e têm filhos, mas os casais são muitas vezes frágeis.

É exactamente esta fragilidade e o aumento do número de solteiros que faz com que muitas mulheres voltem a procurar o amor quando os filhos já estão crescidos.

E podem fazê-lo porque, graças às dietas, à ginástica, aos tratamentos com hormonas e à cirurgia estética permanecem biologicamente jovens e belas. Algumas, imitando homens ricos e divas do cinema, procuram homens muito mais jovens, mas ficam muitas vezes desiludidas, ciumentas e ansiosas. Mas porque o fazem? Qual a atracção de uma pessoa mais jovem? Um corpo mais musculoso ou seios mais firmes? Não, aquilo que atrai é uma mente fresca, livre, curiosa, aberta, sem tabus, sem inibições, cheia de vitalidade, que deseja divertir-se, voltar a ter prazer. Mas estas características também estão presentes em pessoas que têm mais ou menos a mesma idade e são fascinantes. É com estas pessoas, já sem problemas com filhos e com a carreira e que interiorizam as experiências de forma sábia, que é possível alcançar uma intimidade e um prazer erótico não acessível na juventude.
Estou certo de que muitos vão espantar-se com aquilo que afirmo, mas apenas porque há demasiados preconceitos, demasiados tabus e poucas pesquisas sobre as relações amorosas das mulheres que têm entre 40 e 60 anos. Apesar de serem frequentes e com tendência para aumentar com o prolongamento da esperança de vida.

Francesco Alberoni,
Sociólogo, escritor e jornalista

terça-feira, 9 de junho de 2009

Eleições Europeias e a votação na Amoreira.




Num sufrágio com 62,95 por cento de abstenção (61,24 em 2004), o PSD conseguiu 1 127 128 votos expressos (31,69 por cento), elegendo um total de oito deputados para o Parlamento Europeu.

O PS recolheu 945 362 votos (26,58 por cento) e elegeu sete eurodeputados, perdendo cinco mandatos relativamente ao acto eleitoral de 2004.

A terceira força política mais votada nestas eleições para o Parlamento Europeu, em que os votos em branco quase duplicaram relativamente há cinco anos, foi o Bloco de Esquerda, que contabilizou 10,73 por cento das intenções (379 290 votos).

O Bloco de Esquerda, que duplicou a votação registada há cinco anos, garantiu a eleição de dois deputados, mais um do que na anterior eleição europeia e poderá ainda obter mais um mandato depois do apuramento dos resultados nos consulados.

O PCP-PEV, que, nesta eleição europeia se fixou nos 10,66 por cento (379 290 votos), subiu a votação para os dois dígitos e manteve os mesmos dois mandatos alcançados em 2004, em que ficaram à frente dos bloquistas.

Os restantes dois eurodeputados foram eleitos pelo CDS-PP, que obteve 297 823 votos expressos (8,37 por cento).

Nas comunidades portuguesas no estrangeiro, estavam registados pouco mais de 200 mil eleitores.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Porque devo votar



…Domingo há votos, e o i lança hoje um apelo a todos os portugueses: votem. Essa é a única forma de exercer um direito único e poderoso, que permite apressar a teoria da boa e da má moeda...

Não existe nenhum motor de mudança tão suave e simultaneamente poderoso como o voto. Ele não serve para servir políticos - serve para que quem vota separe a boa da má moeda. É isso que se exige. Dizem: são todos iguais, todos dizem o mesmo. Não são.

Votar para as eleições europeias é escolher a voz que um país deseja em Bruxelas - e há vozes muito variadas nesta campanha.

O papel de um eleitor é separar bem os que falam com determinação e energia nas televisões dos que estudam e decidem nos bastidores. Não vale a pena lembrar que estes tempos são mediáticos - são. Mas mesmo aí se distinguem os fala-baratos dos políticos capazes.

Não deixe de exercer o seu direito à escolha no domingo. Conhece o princípio: num instante tudo muda.

Martim Avillez Figueiredo – Jornal I