quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Espírito do Natal























Luzes fluorescentes do consumismo


Entorpecem mentes decadentes e dóceis

Enquanto eles compram e se presenteiam

Acham o máximo ter um gostinho cínico

De alma caridosa e gentil


Egoísmo e consumismo

Drogas sistemáticas

(Re) Produzidas sob encomenda

Alimentando bocas fúteis e desengajadas de vida

Caem as migalhas de suas mesas

E seus lucros bastardos se escondem por debaixo das toalhas bordadas vermelhas


Enquanto o sol

Ainda escalda lá fora

Drogados mendigos e outros miseráveis perambulam

Para quando a noite chegar desabrocharem podres ante as luzes brilhantes da cidade ‘embelezada’ pelas luzes do natal...


O que haveremos de comemorar,

Se nesta época, nossa vida, não consegue ultrapassar pela radioatividade pelo bombardeio publicitário?

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Empresário amoreirense de sucesso.


















A Gracal – Gráfica Caldense teve a sua origem na aquisição da Tipografia Caldense de José da Silva Dias, Lda, que começou a laborar em 1906, completando este ano 104 anos. Na Tipografia Caldense, que funcionava na Rua José Malhoa, frente à capela S. Sebastião, era impressa a Gazeta das Caldas, desde a sua fundação, em 1925, até inícios da década de 50.


Esta tipografia viria a ser adquirida também em 1955 pela família Mineiro que, depois de alguns anos de laboração, formou a sociedade por quotas, com a denominação de Gracal – Gráfica Caldense Lda, que perdura até aos nossos dias. Actualmente possui como sócios gerentes Diamantino Laura Ferreira (64 anos), Carlos Leitão (57 anos) e António Perdigão (67 anos).

Carlos Leitão, natural de Amoreira de Óbidos, é o mais jovem dos sócios, mas o mais antigo a trabalhar na empresa, onde começou em 1965, como aprendiz. Tinha então 13 anos.

Desse final da década de 60 lembra que todos os dias de manhã, às 8 horas, quando chegava à empresa, a primeira coisa que fazia era imprimir uma folha em A5 para o Salão Ibéria sobre o filme que seria projectado naquele dia. “Eram 500 impressos para distribuir, feitos na máquina a pedal”, conta.

Diamantino Laura Ferreira chegou em 1970, depois de ter cumprido serviço militar nas ex-Colónias, e António Perdigão começou a trabalhar na parte de contabilidade da empresa em 1973.

Dos primeiros tempos restam apenas algumas máquinas e fotolitos, para contar a história de um tempo em que o processo era muito diferente. “Era tudo composto à mão, com caracteres de chumbo e de madeira”, lembra Carlos Leitão, acrescentando que o desenvolvimento da tecnologia veio permitir que se criassem linhas quase com frases completas. “Antigamente para fazer um jornal havia 12 ou 15 máquinas, tudo a compor para o mesmo”, especifica.

Os sócios destacam ainda que a empresa cresceu bastante quando foi adquirida por Henrique Mineiro, um economista “muito influente” em Lisboa, que abriu portas para fornecimentos em empresas e organismos na capital. Nessa altura houve a necessidade de sair da Rua do Jardim para umas instalações maiores, na Rua Moinho de Vento, onde ainda se mantém, ocupando uma área coberta de 1600 metros quadrados.

A trabalhar na impressão há várias décadas, Carlos Leitão conta que agora, se o trabalho sai mal vai para a reciclagem, enquanto que antes, “tínhamos que tentar em provas sucessivas, fazer bem, era um trabalho minucioso”. Actualmente possuem um catálogo com as cores que querem, enquanto que antes estas tinham que ser criadas através da mistura das cores primárias.

A Gracal produz essencialmente trabalhos comerciais, para bancos, companhias de seguros e para a administração central, tendo Lisboa como o principal mercado. Ali trabalham 31 pessoas, a grande maioria das Caldas e localidades mais próximas.

Entre os projectos para o futuro está a possibilidade de fazer um museu, com as várias máquinas, gravuras antigas e outros espólio que possuem, dando assim conhecimento público de uma arte que se modificou muitos durante o decorrer do século passado.



Fátima Ferreira

fferreira@gazetacaldas.com