segunda-feira, 22 de março de 2010

Arquipélago das Berlengas na lista dos 21 finalistas em votação.


O “Arquipélago das Berlengas” foi designado como um dos 21 finalistas concorrentes à eleição das “7 Maravilhas Naturais de Portugal”. Inserido na categoria das Zonas Marinhas, concorrem juntamente com o Arquipélago das Berlengas, a Ponta de Sagres e a Ria Formosa.

Os 21 locais finalistas, 3 por cada uma das 7 categorias que representam a paisagística de Portugal (1 – Zonas Marinhas, 2 – Grutas e Cavernas, 3 – Praias e Falésias, 4 – Florestas e Matas, 5 – Grandes Relevos, 6 – Áreas Protegidas, 7 – Áreas Aquáticas Não Marinhas), foram eleitos por painel de notáveis e estão em votação pública entre 7 de Março e 7 de Setembro.

Para votar no Arquipélago das Berlengas, poderá fazê-lo por telefone: 760302 713 (custo: € 0,60+IVA), por SMS: Destinatário – 68933 Mensagem: 713 (Custo: € 0,50 IVA incluído) e pela Internet: www.7maravilhas.sapo.pt/#/pt/finalista.

O Arquipélago das Berlengas é formado por um conjunto de ilhas e recifes costeiros situado ao largo de Peniche na plataforma continental Portuguesa, distribuídos por três grupos: Ilha da Berlenga e recifes associados, Farilhões e Estelas. As ilhas de maior dimensão atingem uma altura de cerca de 90 m, mas os restantes ilhéus e rochedos são de pequenas dimensões, por vezes apenas aflorando a superfície do mar.

Dadas as características únicas das Berlengas, nomeadamente a geografia e o clima, conduziram à especialização de três endemismos florísticos. Assim, destacam-se, pelo enorme valor conservacionista, as espécies endémicas Armeria berlengensis, Herniaria lusitanica subsp. berlengiana e Pulicaria microcephala. É reconhecido que a flora marinha do arquipélago das Berlengas tem elevado interesse biológico. Observações recentes indicam que existem nas Berlengas numerosas espécies descritas pela primeira vez para a Península Ibérica, nomeadamente de espécies que só se encontram referenciadas para o Mediterrâneo.

Nas Berlengas estão referenciadas 76 espécies de peixes, fazendo parte deste grupo pequenos pelágicos como sardinha, sarda, cavala e carapau, que são as espécies mais importantes capturadas pela arte de cerco da frota pesqueira de Peniche. É de referir também a existência, do congro, e de algumas espécies de raias, que merecem destaque pois são também outros recursos pesqueiros desembarcados localmente. A família mais numerosa em termos de espécies engloba os Esparídeos, com 11 espécies. Fazem parte deste grupo, espécies comercialmente importantes como sargos, pargos e a dourada, entre outros. Em termos emblemáticos, é de referir a ocorrência nas Berlengas do mero Epinephelus marginatus.

A avifauna das Berlengas é relevante sobretudo pelas aves marinhas. De facto, e além da grande diversidade observável nas águas circundantes, o arquipélago é um importante local de nidificação, havendo registos de 7 espécies: gaivota-de-patas-amarela, gaivota-d’asa escura, gaivota-tridáctila, corvo-marinho-de-crista, cagarra, airo e roquinho.

No arquipélago das Berlengas são reconhecidos diversos habitats importantes para a conservação da biodiversidade e constantes na Directiva Habitats (Directiva 92/43/CEE). Merecem especial distinção os recifes (1170), de origem rochosa, e as grutas marinhas submersas ou semi-submersas (8330), onde vivem comunidades bentónicas vegetais e animais e onde ocorrem comunidades não bentónicas associadas em apreciável estado de conservação. As falésias costeiras expostas aos fortes ventos marítimos assumem particular importância, possibilitando a existência de vegetação de fendas mais ou menos terrosas, própria de rochedos graníticos litorais (1230) representando um habitat que em Portugal apenas se encontra num outro local.

A importância das Berlengas enquanto ecossistema insular, o valor biológico da área marinha envolvente, o elevado interesse botânico, o seu papel enquanto habitat de nidificação e local de passagem migratória de avifauna marinha e a presença de interessante património arqueológico subaquático contribuíram para que em Setembro de 1981 o arquipélago fosse classificado como Reserva Natural. O valor e importância desta área para a conservação da biodiversidade a nível europeu foram posteriormente reconhecidos ao ser classificada como Zona de Protecção Especial para Aves Selvagens (Directiva n.º 79/409/CEE) e integrada na Rede Natura 2000. Em 2009, o Município de Peniche submeteu junto da UNESCO a candidatura das Berlengas a Reserva da Biosfera.

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