A notícia ontem conhecida segundo a qual as remunerações dos
gestores das principais empresas cotadas subiram 5,3% em 2011 enquanto o
salário médio dos trabalhadores (dos privilegiados que ainda têm trabalho e
salário) baixou quase 11%, apenas confirma - se isso precisasse de confirmação
- a quem está o Governo a cobrar os custos da "crise" e contra quem é
dirigida a política de "empobrecimento" de que fala o primeiro-ministro.
Cresceu igualmente o fosso da desigualdade entre salários de
topo e de base: em 2010, os executivos recebiam 37 vezes mais do que os
trabalhadores; em 2011, com a propalada "austeridade para todos",
essa diferença aumentou... para 44 vezes.
Tudo isto nos deveria levar a cotejar "as propostas
(...) para levar a cabo e as medidas que (...) são para cumprir", do programa eleitoral do PSD com o que o PSD fez mal
chegou ao poder.
Se tudo o que o PSD prometeu sob "compromisso de
honra" a que "não faltaremos em circunstância alguma", foi, como
assegura o programa, "estudado, testado e ponderado", é de temer que
notícias como a referida (ou como os catastróficos números do desemprego e da
pobreza) sejam resultado, não apenas de incompetência e pusilânime servilismo
ante as forças financeiras de (não tenhamos medo da palavra) ocupação, mas de
fraude premeditada.
Sem comentários:
Enviar um comentário