As
previsões meteorológicas colocam Portugal num cenário de seca extrema, a menos
que o mês de fevereiro seja mais chuvoso do que o normal, dizem os
meteorologistas, que apontam que mesmo a precipitação da primavera nunca é
suficiente para corrigir a ausência de chuvas no inverno
O mês de janeiro não trouxe a precipitação
normal para a época do ano, daí que, se o sol continuar, Portugal terá um grave
problema, com efeitos negativos para a agricultura, sobretudo.
“Tem caído muita humidade, que faz com que não
se notem plantas murchas, mas numa zona de produção intensiva se não chover vai
ser um descalabro. O que choveu na semana passada não foi nada”, desabafa José
Artur, presidente da administração da organização de produtores Horta Pronta,
em Atouguia da Baleia, Peniche.
“Tem de chover agora no inverno para depois na
primavera o tempo ser adequado de forma a permitir às culturas crescerem”, aponta
António Gomes, presidente da Associação Interprofissional de Horticultura do
Oeste.
A seca “não é uma ameaça que estejamos a
sentir, contudo, se neste momento “não há falta de água” para regar os campos,
o dirigente agrícola faz notar que “a continuar o tempo assim irá faltar água
dentro de dois a três meses, porque não estou a ver que haja reservas
suficientes”.
Feliz Alberto Jorge, responsável da Associação
de Agricultores do Oeste, indica que os proprietários de explorações e pomares
que não disponham de sistemas de rega “é que vão sentir problemas”, comentando,
no entanto, que a situação “até poderá levar a que os preços estabilizem, por
não haver excesso de produção”.
Francisco
Gomes
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