Passos Coelho descobriu em pouco tempo novas maneiras de se
explicar e de anunciar ao que vem. Agora está mais maduro e menos peremptório.
Já não declara, como há um ano, no Dia das Mentiras de 2011: "Ouvi o
primeiro-ministro [José Sócrates] dizer, infelizmente, que o PSD quer acabar
com o 13.º mês, mas (...) isso é um disparate, isso é um disparate".
Agora, depois de ter disparatadamente acabado com o 13.º mês e ainda com o
subsídio de Natal, sobre a sua reposição disse à Renascença: "Creio que
depois de 2014 (...) Portanto,
a partir de 2015 haverá reposição desses subsídios".
Claro que a primeira afirmação contestava José Sócrates e a
segunda respondia a Peter Weiss, não o autor do famoso "Canto do
espantalho lusitano" mas responsável da Comissão Europeia pelo programa de
"ajuda" a Portugal, que disse sobre o fim dos subsídios de férias e
Natal: "Por agora é por dois anos, por razões constitucionais, temos de
ver se se tornará ou não uma medida permanente". Ora, com a
"troika", a coisa justifica mais respeitinho. Embora não menor
convicção.
Podem, pois, funcionários públicos e pensionistas ficar
sossegados e começar a fazer projectos para 2015. Até porque Passos Coelho é
(ou era há um ano) dos que acham que "nós precisamos de valorizar cada vez
mais a palavra para que, quando ela é proferida, possamos acreditar nela. Além
de que "nós não dizemos hoje uma coisa e amanhã outra". E 2015 é já amanhã.
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