Rafael Bordalo Pinheiro escreveu há mais de um século sobre
a "porca da política em que todos querem mamar". O criador do Zé
Povinho dizia então que "é na política que todos mamam. E como não chega
para todos, parecem bacorinhos que se empurram para ver o que consegue apanhar
uma teta".
A linguagem pode não ser muito
elevada, mas retrata na perfeição a decadência de uma época – e mantém-se
actual. "A porca da política" sempre alimentou alguns eleitos,
enquanto deixa o pobre Zé Povinho a sofrer as agruras da bancarrota.
Hoje de novo, os portugueses sentem na pele e no bolso as
consequências de anos a fio de péssima gestão dos dinheiros do Estado. Olhando
para a última década, sabe-se que os sacrifícios impostos nunca serviram para
nada.
Portugal progrediu muito pouco e a culpa não foi dos
portugueses, mas da tal "porca da política". Do pântano de Guterres,
passando pela tanga de Durão Barroso, até à ‘geração das mamas ao léu’ de
Passos Coelho – tão bem retratada na capa do CM de ontem – continuamos todos a
ser vítimas de quem nos desgoverna.
Paulo Pinto Mascarenhas, Jornalista, CM
Sem comentários:
Enviar um comentário