Um País porreiro, pá!
Vivemos num país porreiro, pá! Os políticos, esses que
mandaram Portugal pelo esgoto e se esforçam por tapar o cano, inventam fórmulas
para se eximir dos sacrifícios que impõem ao cidadão comum, dormem descansados
e nada fazem para isentar de taxas imorais iniciativas como a que visa ajudar o
forcado Nuno Carvalho, que ficou tetraplégico em Agosto de 2012. Como o CM
noticiou, dos fundos angariados domingo numa corrida de touros solidária no
Campo Pequeno, 26 mil euros são levados pelo Fisco.
É certo que vivemos uma crise profunda, mas isso justifica a
aplicação de 13% de IVA e 10% de imposto de selo a quem quer ajudar os outros?
Um Estado cego às diferentes necessidades das pessoas é um
Estado que esqueceu as pessoas. Lamentavelmente, vivemos há muito em força do
convívio com uma entidade dessas, pronta para fazer contas e deduzir impostos,
mas incapaz de dar a cada um em função do que lhe é devido.
E não está longe o dia em que, como em Espanha, as pessoas
ponham fim à vida quando os mesmos que as condenaram à miséria lhes reclamarem
a casa onde vivem. E assim vamos regressando à barbárie que séculos de
humanismo se esforçaram por afastar de nós.
CM - Francisco J. Gonçalves, jornalista
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